sexta-feira, 31 de outubro de 2014

MINHAS LIMITAÇÕES LITERÁRIAS

Gosto muito de escrever, mas neste último mês parece que minha cabeça foi lavada com RINSO. Tudo estava branco: o presente, o passado e até qualquer possível plano para o futuro. Cheguei a acreditar que nunca, nunquinha mesmo, seria capaz de elaborar um pensamento coerente e transformá-lo em alguma coisa legível.
Vivi o dia-a-dia, sem nem pensar que estava vivendo, apenas sobrevivi e garanto, procurei ficar "longe deste insensato mundo" (para quem não sabe, isso é um nome de um filme antigo, lá da década de 1960) e que eu muito precocemente, assisti, lógico que sem entender quase nada. Mas era um bom filme, gostaria de revê-lo.
Nesse vazio no qual mergulhei, contribuiu o fato de ter que me separar do meu pequeno computador. Foi duro, sofrido. Não sou de me apegar em coisas materiais, exceto se tiverem um valor afetivo muito grande, como o jogo de café de mina avó, que tem quase cem anos e hoje está sendo usado.
Mas voltando ao computador. Era muito charmoso, ele. Pequenino, cinza, com uma alça, parecendo uma bolsinha. Na verdade um netbook para crianças, nem tem mais para vender, saiu de linha.
Ele foi mais que um objeto, tornou-se uma extensão de minhas mãos. Através dele contei minha vida (hoje não faria mais isso, pelo menos não uma parte dela), escrevi casos que vivenciei, outros que aconteceram, mas que foram somente observados. Em alguns momentos destilei ódio, mágoas, indignação. Em outros fui pura felicidade, esperança.
Ele me acompanhou praticamente durante todos os dias dos últimos três anos. Muitas vezes banhei-lhe de lágrimas ou dividi, com suas teclas, alegrias. Aos poucos, no entanto, assim como tudo, ele foi envelhecendo. Começou a ficar cansado (acho que algum problema cardíaco, afinal, foram "tantas emoções"), foi ficando nervoso, tendo alterações de humor, entrando em depressão. Tentei melhorar seu ânimo com fluoxetina, acalmá-lo com diazepan, mas a terapia não deu certo.
Certo dia ele teve uma apoplexia e parou. Corri ao pronto socorro mais próximo, foi reanimado, entubado, ficou em respiração assistida  na UTI e conseguiu uma sobrevida, mas lá no fundo eu sabia, seus dias estavam contados.
Ontem sofreu uma convulsão, daquelas brabas, só faltou babar. Resolvi que a hora havia chegado: decidi deixá-lo descansar. Não, não vou jogá-lo fora, nem enterrá-lo ou cremá-lo. Vou deixá-lo na estante do escritório, como uma peça de museu. Aliás, cada vez mais tudo se transforma rapidamente em antiguidade.
Assim, capitulei e agora estou em luta com um novo computador. Digo luta, pois tudo é diferente do antigo, ainda preciso me acostumar, voces já sabem, nunca escondi, sou analfabeta em informática.
Quando resolvi retornar aos meus escritos, juro, pensei em escrever algo que se assemelhasse a um romance. Mas logo descartei a possibilidade.
Escrevo, porém não consigo inventar uma história, com enredo, personagens, enfim, um romance. Só sei contar o que vivo, sinto e vejo. Tenho inveja, confesso, de quem tem imaginação e capacidade para criar irrealidades.
Hoje, quando fui fazer este novo blog, precisei criar um outro perfil. Entre as perguntas, estava qual o meu livro preferido. Não foi fácil responder. Já li tanto e de tantos variados temas. Houve o tempo dos romances, da literatura de esquerda, dos livros de arte, de saúde e agora estou numa fase de história, guerras, biografias, costumes.
Mas sem dúvida, o livro de minha vida é "O Amor nos Tempos Do Cólera", do Gabriel Garcia Márquez, por diversas razões, que me desculpem, não vou dividir com voces. A única coisa que posso afiançar é que para mim é o maior libelo sobre o amor que conheço. Amo essa obra, sei quase de cor.
O sono está batendo, efeito dos meus abençoados remedinhos. Vou dormir. Amanhã é novo dia, vida que segue e com certeza terei o que contar. Só não vou escrever sobre política, sobre ela, prefiro não comentar. Durmam bem sonhem com os anjos e não façam pipi na cama.
Segredinho: às vezes eu faço. Uma lástima, uma vergonha, mas não poso evitar.


MUDANÇAS NECESSÁRIAS

AMIGOS, COMPANHEIROS INVISÍVEIS DE TANTOS ANOS, VOCES JÁ SABEM QUE SOU UMA  ALTAMENTE IRREQUIETA, APRECIO MUDANÇAS, MUITAS VEZES PORQUE ELAS SÃO NECESSÁRIAS, OUTRAS PELO SIMPLES PRAZER DE MUDAR, DE SAIR DA ESTAGNAÇÃO. AGORA FOI PORQUE MEU VELHO COMPUTADOR ENLOUQUECEU, TEVE UMA SÉRIE DE CONVULSÕES TÔNICO-CLÔNICAS, VIROU A TELA DE CABEÇA PARA BAIXO E EU ENFIM ME RENDI AO NOVO AMIGO QUE MEU MARIDO ME DEU.
ENTÃO, APROVEITANDO O ENSEJO, MUDEI TAMBÉM O MEU ENDEREÇO, QUE AGORA É ANALUARRUDA.BLOGSPOT.
COMUNICADO FEITO, DESCULPAS PEDIDAS, VOLTEM A ME ACESSAR. SEM A COMPANHIA DE VOCES NADA SOU.
LOGO VOLTAREI A ESCREVER, DEIXEM SÓ EU ACABAR UNS TRABALHINHOS QUE ESTOU FAZENDO POR AQUI. ABRAÇOS EM TODOS.