terça-feira, 31 de março de 2015

ANALU, A QUASE SEMPRE DELICADA

ESSA SOU EU, OU MELHOR, O MEU ALTER EGO.


PELO MENOS, É ASSIM QUE EU GOSTARIA DE SER E JURO, TENHO ME EMPENHADO.
ACHO QUE NASCI NUM TEMPO ERRADO, ONDE AS DELICADEZAS PERDERAM A VEZ E A ELEGÂNCIA TAMBÉM.
MAS TENHO AINDA DENTRO DE MIM ALGUNS RESQUÍCIOS DO PASSADO, AINDA SOU GENTIL E UM TANTINHO ELEGANTE.
MAS ENTÃO, QUAL O MOTIVO DE EU ME DENOMINAR "QUASE SEMPRE DELICADA"?
AH!  MEUS CAROS, PORQUE ÀS VEZES TENHO, POR FORÇAS DAS CIRCUNSTÂNCIAS QUE MANDAR MINHA FINESSE PARA OS QUINTOS DOS INFERNOS E AÍ, DEUS QUE ACUDA, MARIA PAPUDA! (LEMBRA ANA CARLA??)
 MAS A VERDADE É QUE TENHO AO LONGO DO TEMPO E DE MUITA TERAPIA, APRENDIDO A LIDAR COM AS BIZARRICES HUMANAS DE OUTRA FORMA.
NADA DE GRITOS, XINGAMENTOS, CRÍTICAS, VOZ EXALTADA E ATÉ O USO DA FORÇA FÍSICA. SIM, JÁ FUI ASSIM.
AGORA COMIGO É NA BASE DO BEIJINHO NO OMBRO, DISFARÇANDO UMA MORDIDA QUE BEM PODE TIRAR UM PEDAÇO DA CRIATURA. UM NACO NÃO DE CARNE, MAS DE IGNORÂNCIA, MAU GOSTO, EMPÁFIA, PREPOTÊNCIA, FALTA DE EDUCAÇÃO E POR AÍ VAI.
POSSO ACABAR COM ALGUÉM SÓ COM PALAVRAS, DITAS EM TOM MUITO BAIXO E CALMO, DE MANEIRA MUITO EDUCADA. POSSO ATÉ FAZER UMA "AMEAÇAZINHA", MAS TÃO SUAVEMENTE QUE VAI PARECER QUE ESTOU RECITANDO UM POEMA.
ME ACOMPANHEM NESSA JORNADA.
TEM DE TUDO, DESDE A ÁCIDA CRÍTICA POR UM FIGURINO EQUIVOCADO ATÉ A GROSSURA DE NÃO TRATAR BEM UM VIZINHO.
TAMBÉM VOU DAR UMAS DICAS DE ETIQUETA, DE ARTE, DE DESIGN......
ESPERO VOCES NOS PRÓXIMOS POSTS. BEIJOS CARINHOSOS.

PS: PELO AMOR DE NOSSA SENHORA DA MISERICÓRDIA FRANCESA, "JAMAIS" FAÇAM AQUELE SINALZINHO DE CORAÇÃO JUNTANDO AS MÃOS. É "OUT" TOTAL E MUITO MENOS MANDAR BEIJOS NO CORAÇÃO DE ALGUÉM!

domingo, 29 de março de 2015

NÃO TENHO UM TÍTULO

Não sei explicar as razões deste afastamento. Simplesmente, de repente, me dei conta que não havia mais nada sobre o que falar, pois tudo é sempre tão igual, dia a dia, as mesmas coisas se repetem, os acontecimentos vão se tornando monótonos e fico pensando, quem vai querer ler o que uma completa desconhecida escreve, quando há tantos e bons escritores, cronistas, colunistas.....
Além do mais, escrever é um exercício, é preciso fazê-lo com frequência, senão você perde a mão, a coerência, a fluidez.
Também não foi só por não achar sentido em expôr meus pensamentos, deixar meus dedos correrem soltos pelas teclas do computador contando historinhas banais. Eu realmente, da mesma forma que precisei me dar um período sabático, no qual me afastei de tudo e todos e me permiti ficar apenas em minha companhia, também precisei desse afastamento "letrístico".
É logico que nada parou. O mundo não ficou tetraplégico ou em coma, inconsciente, deitado numa cama de nuvens, solto, à deriva no espaço.
Nem eu tão pouco. Muito antes, pelo contrário, minha vida foi agitadíssima nesses últimos tempos e a do planeta Terra, então, nem se fala.
Ocorre que eu não sentia aquela necessidade intensa de comentar ou contar nada, como antes, quando eu me levantava, sempre muito cedo e deixava as ideias fluírem.
Mas já há alguns dias venho sentindo saudade, porém este texto talvez seja o último de uma fase mais introspectiva. Não, não estou jurando de pés juntos que não escreverei textos mais relevantes, mas no momento, o que desejo mesmo é reeditar o meu alter ego: ANA, A QUASE SEMPRE DELICADA.
Porém, hoje deixo-me levar por uma comoção que tem dias me incomoda. Acho que todo o mundo, de alguma maneira procura entender o acidente com aquele avião nos alpes franceses. Acidentes sempre levam à incredulidade, a pensamentos sobre a validade de estarmos aqui e sobretudo, o temor de conviver com um inimigo que sequer conhecemos, mas que por motivos muito particulares tem o direito de nos manter vivos ou não.
Mas não vou discorrer sobre isso, já filosofei demais, filosofia de botequim (mesmo sem ter ido a nenhum), posto que jamais saberei o que se passa na cabeça das pessoas. Não sei direito nem o que acontece dentro da minha!
O que me move é esse desejo universal, inerente a todos, independente de raça, credo, ou qualquer coisa que o valha, de enterrar nossos mortos.
Tenho acompanhado, aliás sempre faço isso, tudo o que está acontecendo lá na região do acidente.
Vejo o  empenho que as equipes têm tido em recolher restos, pedacinhos mínimos dos corpos dilacerados  e cheguei a uma conclusão muito pessoal, muito íntima: se eu fosse parente de alguma das vítimas ou se um dia, valha-me Deus, acontecer algo dessa dimensão com alguém que me é caro, sinceramente, não quero que nada seja feito no intuito de me trazerem um corpo despedaçado, queimado, irreconhecível, só para enterrá-lo em algum cemitério ou cremá-lo.
A mim não importa saber em que estado ou onde ficaram os restos de uma vida. No fundo do mar?Num vale gelado? Numa floresta cerrada, impenetrável? Fico me perguntando: quem ordenou que os mortos tenham que ser enterrados em criptas familiares ou guardados em vasos?
Por que não deixá-los continuar em seu sono de morte, aonde estão?
Não digo que se vá criar um cemitério ao ar livre num centro urbano. Não é isso. Mas aquele lugar, longe de tudo, imerso numa paz gelada, que deve ficar lindo coberto de neve ou florido de flores silvestres na primavera, pode ser melhor para que nossos entes queridos descansem?
Não, eu juro-lhes, não gostaria de receber uma caixinha com o pedaço de um braço ou outra parte qualquer daquela que foi minha filha, mãe, esposo.
Não saberia o que fazer.
Preferiria que deixassem o lugar intacto, que fizessem dele um grande e lindo cemitério natural, que não separassem aquelas pessoas que por alguns momentos estiveram juntas, em comunhão, muito provavelmente felizes.
Penso o quanto seria bonito ver aquele vale coberto de edelweiss que nasceram espontaneamente como se fosse para enfeitar a última morada das 150 pessoas que  por razões ainda inexplicáveis,  morreram ali.
Tenho a mais absoluta certeza que se me entregassem um pedacinho de um ser amado, esse ato não abrandaria a minha dor, não diminuiria o meu sofrer. Não me importa saber se ele está num cemitério ou nas montanhas. Importa saber que ele jamais voltará, e que ele continuará vivo dentro de mim, seja em qualquer lugar onde o seu corpo ou o que sobrou dele, repousa.

segunda-feira, 9 de março de 2015

MEU DIREITO SABÁTICO

Todo mundo deveria ter, obrigatoriamente, pelo menos uma vez em sua vida, uns dias de nada. Não NADA, no sentido lato da palavra, mas um período em que todo o contexto em que ela vive, some, desaparece e na face da terra só existe ela.

Tem muito tempo que eu desejava e precisava desse "nada". Então, cá estou eu, vivendo e  pensando somente em mim. Descompromissada com qualquer outra coisa que não seja eu mesma.Quando eu me propus a ficar afastada, acreditava que seria algo parecido com o que se costuma ver em filmes, onde a personagem parte em uma viagem interior, procurando se reencontrar ou solucionar problemas existenciais ou apenas se conhecer melhor
Geralmente há uma prestação de contas com o passado, às vezes planejamentos futuros, muitas lágrimas rolam, muitas lembranças e mágoas afloram. Comigo não se deu nada disso, nada foi como eu havia imaginado. Não houve um confronto, houve apenas um período de, digamos, de gentileza para comigo mesma. Não me cobrei de nada, não senti culpas, arrependimentos, simplesmente tomei a consciência que sou apenas um ser humano, bem factível, por sinal e esta certeza me trouxe uma leveza, uma fluidez. Tão bom! Nunca pensei que poderia me sentir assim.
Não precisei fazer nenhum esforço para apagar da cabeça a vida que deixei para trás, realmente, para mim, nada existia a não ser o momento em que estava vivendo e vivendo se você quiser pensar assim, egoisticamente. É verdade, senti algumas saudades, óbvio, mas também tive a certeza de que poderia dar conta sozinha de minha própria vida, como muito antigamente eu fazia.
Acostumada que estou a dias corridos, recheados de afazeres,  acreditei, erroneamente que o tédio se instalaria, que o tempo não passaria, que os minutos se transformariam em dias. Mas nada disso aconteceu." Viver leve" não entedia, porque seus sentidos estão mais aguçados, sua percepção do mundo ao redor, muda. Você, vê, escuta, sente tudo de maneira mais intensa.
A minha essência continua a mesma, as minhas dores passadas também não saíram voando nas asas de um pássaro. Não voltei limpa, purificada ou qualquer coisa do gênero . Até porque seria ingenuidade a crença que poderia mudar minha vida, o que sou, penso, sonho ou faço em apenas uma semana. Talvez eu obtivesse o tal resultado se tivesse mais tempo, se o mergulho fosse mais profundo. Mas não deu, não quis. Queria tão somente um hiato de paz, um distanciamento de problemas, um não ouvir vozes que me irritam, um não enxergar pessoas com as quais não simpatizo.
Confesso, maldosamente até que não ter que me encontrar com a minha vizinha de porta foi um alívio imenso. Saber que eu podia entrar ou sair sem que a porta ao lado batesse na minha cara com o estrondo de uma bomba, foi maravilhoso. E o melhor deste fato, foi não tentar entender  o motivo dessa atitude tresloucada, pois na verdade nunca houve nada que levasse a isso, até porque, embora eu conheça alguns dos moradores e me dê bem com todos, nunca estive na casa de ninguém, vivo no meu casulo, não tenho amizades, tenho pessoas com as quais mantenho relações cordiais e de respeito, mas não de intimidade. Eu realmente já estava fatigada de aguentar a neurose alheia.
Voltei devagarinho, desarrumei toda a bagagem com calma. com a mesma calma com que vivenciava meus dias lá onde eu estava. Ainda estou no ritmo, no embalo das leveza.
Sei que certamente, aos poucos tudo voltará a ser como era antes, mas agora já sei: cansei? enjoei?
Arrumo minhas malinhas e bye, bye. Dou um merecido descanso para minha cabeça.
Aconselho: faça isso de vez em quando. Não precisa ser um processo tão intenso como "Comer, amar e rezar", mas alguns dias  apenas em sua companhia já ajudam a aliviar as tensões.Nas figurinhas abaixo você terá a noção de como vivi, afinal, como diz a semiótica, imagem também se lê.

CHEGUEI ASSIM!





PASSEI MEUS DIAS ASSIM


NÃO PENSE QUE FIQUEI MUDA, QUE NÃO CONHECI NINGUÉM, QUE NÃO FIZ ALGUMAS PEQUENAS AVENTURAS E COMO JÁ ERA PREVISÍVEL, PASSEI ALGUMAS SITUAÇÕES UM TANTO HILÁRIAS. CONTO AMANHÃ.