Sei que o que escreverei aqui dará pano prá muita manga. Provavelmente serei criticada, dirão que não conheço a palavra respeito, que ignoro a liberdade de cada um ser o que e como quiser, enfim, podem me malhar como malharam Judas na Semana Santa, não me importo.
O senso de estética ou a falta dele acompanha o homem desde que Adão procurou criar um modelito com uma folha de parreira. Não sei se seu intento deu muito certo, afinal nunca soube o tamanho da folha nem o tamanho daquilo que ele pretendia cobrir. Também Eva se deixou levar pelo mundo fashion e acredito que ela tenha tido mais trabalho, pois eram três áreas a serem cobertas e se ela havia aumentado seus peitos com silicone, ai, ai, ai, teria que arrancar folhas de uma parreira inteira.
A estética para mim sempre foi um quesito que me chamou muito a atenção. Talvez por não ser nenhuma beldade, não ter um corpo de miss (elas ainda estão na moda?), a beleza e o bom gosto sempre tiveram muita importância. Futilidades? Não. Aprendi na semiótica que imagem também se lê e se você não sabe do que estou falando procure no Wikipedia, lá com certeza você saberá do que se trata.
Assim, já que não fui muito privilegiada pela natureza, procurei outras formas de me tornar agradável aos olhos alheios.Bom gosto e sobretudo bom senso na hora de me produzir. Nunca fui uma criatura espalhafatosa, nem perua, nem tão pouco uma escrava da moda. Sempre procurei adaptar as tendências com as possibilidades do meu biotipo. Sou e sempre fui barrigudinha, assim, nunca me atrevi a deixar muito exposta minha barriga de peixinho de vala (acho que agora, aos 57, está mais para um baiacú).
Meus peitos, coitados, jamais puderam andar por aí sem o auxílio luxuoso de um bom sutiã.
Já as minhas pernas e meus pés, esses sim, são dignos de estarem expostos em qualquer museu de cera. Sempre tive orgulho deles, mas também não era por isso que ia desfilar minha figura na medina trajando uma saia de 10 centímetros. Um pouco de pejo (eta palavrinha antiga!) não faz mal a ninguém. Assim sou eu, comedida, até demais. Nunca em toda a minha vida usei um fio dental. Digo daqueles fininhos mesmo, que se não se tomar cuidado pode adentrar no intestino da sujeita. É preciso muito peito, ou melhor, muita bunda, e geralmente elas têm, para usar uma coisica daquelas. Eu sempre tive medo de me aventurar usando um fio de linha, sabe-se lá, um suspiro mais profundo....
Por que resolvi tocar nesse assunto, afinal todos devem ter o direito de usar o que quer e muito provavelmente ao escolher as roupas todo mundo procura se achar lindo.
Ocorre que nem sempre essa máxima é verdadeira. Não estou querendo dizer aqui que as mulheres e os homens também, precisam se vestir na alta costura, com peças carésimas. Não, absolutamente.Às vezes um jeans, um camiseta básica e uma rasteirinha são mais do que suficientes para deixar qualquer um elegante e cheio de charme. Até porque, elegância tem muito a ver com atitude, já dizia minha"ídala" Coco Chanel. O que desejo ponderar é que mesmo não sendo eu um ícone fashion, juro estou cansada de ver meus olhos agredidos pela feiúra, não só pelo feio em si, mas pelo total descompromisso com o bom senso. Vou explicar:
. tudo começa com a gordura. Não entendo, se há uma ditadura em prol da magreza (as modelos e anoréxicas que o digam), por que há tantas pessoas gordas? Claro, porque comem bobagens demais e não queimam calorias suficientes. Eu, se estivesse assim tão acima do peso procuraria não usar uma burca, é claro, mas tiraria partido de roupas que me favorecessem, mas voces já viram o figurinos delas? Em geral camisetas dois ou três números menores, os peitos pulando desesperadamente pelos decotes,a barriga, que mais parece uma massa de pão saindo sem pudor pelas cinturas baixas das calças, de jeans ou muito comumente, leggins com as estampas mais estapafúrdias e coloridas possíveis, isso quando não apelam para a fauna selvagem. Vamos combinar, dá para encarar? . Já sei, voces me cruxificarão: onde está o direito à liberdade??? O que que eu tenho a ver com isso? cada um que se vista como quiser. Mas caramba, eu também tenho direitos e um deles é não me deparar com monstrengos pelas ruas. E não é só pelas roupas não, esse é o menor dos incômodos. Pior que tudo são as loucuras que sobretudo as mulheres vem fazendo em suas caras e corpos. Juro, dá prá tomar um susto e infartar. Antes, cirurgia plástica existia para corrigir o que não estava lá muito bom. Um nariz avantajado, uma esticadinha nas rugas, uma diminuída nos peitos. Agora o padrão mudou.
As criaturas se submetem à intervenções cirúrgicas para imaginem! ficarem FEIAS!!!.
Quem pode achar bonito uma mulher que aumentou os lábios de tal forma que pareceu ter beijado um ferro em brasa? Que beleza pode haver no repuxamento dos olhos até a raiz dos cabelos? ou o aumento das bochechas com bolas de ping pong? E os peitones? Cortam bolas de futebol ao meio e metem--nas debaixo da pele. Vê-se a quilômetros que são falsos. Não meu amigo, nem se atreva a um carinho mais digamos, voluptuoso, você corre o risco de marcar um pênalti.
Posso estar sendo um pouco intolerante demais. Quero deixar claro que não sou contra uns arroubos, umas ousadias, mas precisa ser tanto?
Não pode haver um pouquinho de elegância? Não pode haver um pouquinho de auto-aceitação, bom senso? Não dá para entender um pouquinho do conceito de estética? Não é possível perceber a diferença entre estar na moda e ser vulgar?
Gente, se você teve a coragem de ler este post até o fim e levou minhas considerações a sério, por favor, corra até uma loja de R$ 1.99. Ainda dá tempo. Compre um espelho e se analise, friamente, sem dó nem piedade. E se puder, faça outra coisa por você mesma: leia Constanza, Glorinha, Cláudia e por que não, eu? Não sou expert como elas, mas um pouquinho de bom gosto eu tenho. E depois não esqueçam, nunca, jamais: IMAGEM TAMBÉM SE LÊ! Pensem nisso antes de colocar aquele legging de oncinha com aquela miniblusa de zebra.
Ah! Ia esquecendo: nunca, em hipótese alguma deixe seu marido sair com bermuda xadrez e camiseta listrada. É o Ó!!!
Parabéns, muito legal.
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