sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

AI COMO EU ME ODEIO!!!!

Recebi um texto muito "interessante", para dizer o mínimo, no meu facebook hoje. Aprecio a boa literatura, os comentários bem feitos, as análises bem embasadas, com conhecimentos seguros sobre o que que está expondo. Deveras, aprecio quem estuda, quem aprende e isso não significa você ter feito até um PHD em alguma matéria. A cultura, muitas vezes, vem da simplicidade e pode-se sim, entender as ações e reações do ser humano sem nunca ter ouvido sequer falar em Freud ou ter conhecido a fundo teorias políticas, sociológicas
Agora, sinceramente, dizer que quem "deia o PT, odeia a si mesmo", é o cúmulo da ignorância.
Não por acreditar na "ideologia proletária" pregada pelo partido, afinal, cada um acredita e segue o que quer. Vide os alemães e Hitler. Olhe só o que deu.

Afirmar que nós os brasileiros vivemos numa democracia pelo simples fato de podermos externar nossas opiniões sem sermos presos e torturados em algum porão obscuro. é um pensamento muito raso acerca do que realmente é DEMOCRACIA.E a criatura que se acha dotada de conhecimentos tão profícuos sobre o tema ainda tem a pretensão de afirmar que o PT é odiado porque não temos mais escravidão. Não temos? Nós, aqui da América Latina não temos mais escravos só porque o assalariado que vive com a vergonha de um dos piores salários mínimos do mundo, recebe todo tipo de assistencialismo barato, como a tal da bolsa família pode-se dar ao luxo de ter smarthfones, tablets e afins, é LIVRE??








Se no Brasil colonial nós tínhamos os coronéis com seus feitores e homens do mato que caçavam escravos fugitivos, hoje nós temos uma horda de "homens e mulheres" que nos marcam feito gado, a ferro quente, nos açoitam com a quantidade monstruosa de impostos, nos matam nos hospitais falidos, nas escolas precárias, na violência para a qual não existe punição, na corrupção deslavada , a escravidão não acabou só porque tiraram os pelourinhos das praças públicas. A questão da escravatura é muito maior do que você pode imaginar.

Meu caro, ou cara, enfim, essa criatura que escreveu essa bobagem, vá estudar antes de sair por aí falando  ignorâncias.
Eu não me odeio não! Aliás, ódio é uma palavra que talvez nem caiba para defender o partido de seu coração.
Eu me amo, amo meu pai que trabalhou e muito, para que tivéssemos acesso a um estudo decente. Amo a mim mesma que estudei, dediquei mais de vinte anos à saúde e ainda tenho que, aos cinquenta e sete anos, fazer bicos para poder sobreviver enquanto aguardo que o "seu governo" me conceda a honra de receber a minha aposentadoria por invalidez, que é um DIREITO meu, adquirido como cidadã, enquanto políticos canalhas reclamam até por não receber uma mesada para suas namoradas!
É o cúmulo do descalabro!


Não lhe respeito, não aceito suas considerações, posto que são burras e ofensivas,
mas sobretudo, não lhe devo respeito porque você não ama não só a si mesmo, mas sobretudo ao seu próximo, quando apregoa loas a uma corja que deseja ver seu povo nas senzalas disfarçadas de casas, num programa social que tem a alcunha de MINHA CASA MINHA VIDA.

Vá procurar uma terapia, ou estudar um pouquinho sobre psicologia para entender o que realmente é o ÓDIO.
Quando você se propuser a fazer uma análise com conteúdo, com propriedade, aí sim, você ganhará o meu respeito, mesmo que sua opinião seja favorável ao PT. Mas enquanto você permanecer na superficialidade, no encanto de poder comprar algum aparelho tecnológico ou outra benesse porque o PT lhe deu, você só terá de mim o meu desprezo. O PT não tem que dar nada, é obrigação de 
todo governo sério propiciar condições de vida ao seu povo.
Não sei não, mas acho que no fundo é você quem se ODEIA. Pense nisso.

sábado, 21 de fevereiro de 2015

RESPOSTAS

Infelizmente, à luz da razão, não tenho como dá-las. Recebi e-mails questionando a veracidade das fotos e do fato em si. Primeiramente preciso deixar claro que NUNCA me submeti a uma cirurgia de coluna  pela medicina tradicional, portanto, jamais tive qualquer marca ou cicatriz naquela região. Voces podem pesquisar em qualquer hospital do mundo e jamais encontrarão qualquer prontuário sobre isso.
Em segundo lugar, afianço que tudo  o que escrevi e as fotos que postei são absolutamente verdadeiras. Voces também podem conferir minha solicitação de tratamento, feito via e-mail no Núcleo Espírita, feito no dia 9/02/2015.
Afirmo, sem receio que posso me submeter a qualquer tipo de comprovação, assim como as fotos podem ser testadas para saber se houve alguma adulteração de imagens.
Nada tenho a esconder  ou inventar sobre o assunto. Quis apenas compartilhar, dividir com voces a minha própria estupefação. Tenho também duas amigas com câncer, que se tratam lá há anos e estão bem.
Mas que fique bem claro, não quero influenciar ninguém, não desacredito da medicina terrena e nem estou a fazer apologia ao espiritismo. Acredito que há um Deus e que para Ele tudo é possível.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

FOTOS



UM DIA APÓS A PRIMEIRA INTERVENÇÃO








UMA SEMANA DEPOIS

















UM CARNAVAL DIFERENTE - PENSE O QUE QUISER

Não sigo nenhuma religião específica. De todas procuro acolher o que é bom e descartar o que não concordo ou não me serve.Mas respeito todas, mesmo que algumas sejam absolutamente diversas de tudo o que penso. Eu tenho fé e isso é muito diferente de qualquer corrente religiosa. Não frequento igrejas, templos, cultos. Meu entendimento é diretamente com DEUS e seus correspondentes, os santos e sobretudo JESUS, de quem sinto uma pena imensa. Que sacrifício vão ele se submeteu!
Não duvido de nada, tudo pode, milagres acontecem, não sei o motivo, não tenho certeza se alguém que é contemplado por uma graça é por ter merecimento, ou quem sabe, o milagre acontece justamente para provar que há muito mais "entre o céu e a terra do que pode supôr nossa vã filosofia", já dizia o bardo.
Você, que me acompanha nos meus escritos, já tem ciência que sou um verdadeiro compêndio  da medicina. Tenho de tudo, todas as mazelas, de A a Z. A letra H é pródiga, contempla hérnias cervicais e sacro-lombares e estas, nos últimos meses vinham me causando dores profundas e uma grande dificuldade de me movimentar. Remédios? Tomei todos os indicados. Fisioterapia? Também fiz. Resultado nenhum. Já estava decidida a entrar na faca, mesmo tendo que superar todos os meus medos. Nunca dou sorte quando frequento um centro cirúrgico.
Mas tenho fé, acredito em Alan Kardec e na possibilidade de que espíritos benfeitores possam agir sobre meu corpo. E creio muito no médico Dr. Bezerra de Menezes.

Aqui em Santa Catarina há um grande Centro Espírita, famoso e respeitado. Tem inclusive um hospital, dedicado principalmente a pacientes portadores de câncer e tudo é dirigido por médicos encarnados, que buscam através do espiritismo promover tratamentos e curas. Nada há de charlatanismo, tudo é feito com muita seriedade.

Resolvi que sim, antes de me internar num hospital convencional, procurar ajuda com os espíritos.
Já havia feito isso em outra ocasião, com sucesso, mas isso é outra história.
Fiz minha consulta pela internet e marquei minha cirurgia. São três noites e durante esse período você procura se livrar de todos os males, os ódios, as mágoas. Enfim, você dá um banho em sua alma, dedica seus pensamentos a coisas boas, reza, perdoa e sobretudo, fortalece sua fé. Aliás, deveríamos sempre levar nossa vida desse modo. Eu bem que tento, mas ainda não consigo de todo. Sei que sou ainda muito imperfeita, caso contrário não estaria aqui, nesse mundo de expiação.
Comecei o tratamento, ou melhor, a cirurgia espiritual na segunda-feira. A preparação é simples: usar roupas brancas, colocar uma jarra de água ao lado da cama, rezar, relaxar e se deitar as vinte e uma horas e trinta minutos. Como sempre tomo meu remédio para dormir, porém antes que o sono chegue, peço ajuda em forma de oração, primeiramente a Deus, depois aos médicos desencarnados que irão me operar. Sinto uma paz que não é desse mundo. Consigo me ver numa maca, com muitas pessoas vestidas de branco, muito iluminadas, em minha volta. Via também minha mãe, sempre à  minha cabeceira. Depois de algum tempo, simplesmente apago. Acordei no dia seguinte sem dor. Tomei a água que havia sido fluidificada.

A segunda noite não foi tão tranquila. Sentia na região lombar, não uma dor, mas uma espécie de ardência, de queimação. Confesso, me senti bastante desconfortável, mas novamente passei o dia muito bem. Repeti o último procedimento na terceira noite.
Acredite se você quiser, não sinto mais nada, NADA! Sem dor, sem dificuldade para me abaixar, para andar. Novinha em folha!
Mantive uns dias de repouso, como num pós-operatório terreno, ainda me cuido.
Alguns dias depois pedi para meu marido observar como estavam minhas costas. Eles sempre orientam que podem aparecer algumas marcas.
Estava estranho, disse-me ele. Resolvemos então bater algumas fotos. Não falarei sobre elas, você poderá vê-las. Como explicar? Não sei, apenas creio.
A você, não peço que acredite, não imponho crenças a ninguém, só quero que você saiba, você mesmo, que acompanha a minha vida durante tanto tempo, que já tomou conhecimento de tudo o que vivi, de tudo o que faço, de bom ou de mau para não acreditar em truques fotográficos, em fotoshop ou qualquer coisa do gênero. As imagens são absolutamente verdadeiras. Pense o que quiser, só saiba que estou me sentindo ótima. Estou andando tão lindamente como uma modelo na passarela.
O que eles pedem em troca? Nada, apenas a prática da caridade, que é a melhor maneira de você evoluir. De toda forma, dentro de mim ressoa constantemente uma palavra: OBRIGADA.
Agora, com licencinha, vou varrer minha casa, algo que há muito tempo eu não tinha condições de fazer.

PARA QUEM QUISER FAZER CONTATO:
 NÚCLEO ESPÍRITA NOSSO LAR
R. VEREADOR ARTHUR MANOEL MARIANO, 2280
FORQUILHINHA - SÃO JOSÉ/ SC
FONE: 48 33580045
VOCÊ TAMBÉM PODE ENTRAR EM CONTATO VIA INTERNET


VEJA AS FOTOS NO POST SEGUINTE E TIRE SUAS CONCLUSÕES, SÓ NÃO DUVIDE, AS FOTOS PODEM SER COMPROVADAS, NÃO FORAM SUBMETIDAS A NENHUMA MONTAGEM.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

UM CARNAVAL DIFERENTE - NATIVA


                                                                  EU SOU A NATIVA

Passou. Pelo menos para nós, aqui do sul, a folia acabou. Não sou contra, já gostei muito.
Esse ano, porém, vivi dias muito estranhos, uma mistura de alívio e alegria com uma tristeza profunda, ambiguidades comuns da vida. São duas histórias e vou começar por aquela que me causou muita dor. Esse texto é para NATIVA. Quem é Nativa?
Uma cachorra vira-lata, peluda, bege, porte médio para grande. Vivia no Rio de Janeiro, foi resgatada ainda filhote numa cidade da serra fluminense.Durante muitos anos conviveu pacificamente com outro vira-lata, de nome Fuxico.Dormia em quarto com ar condicionado, na cama, junto com sua "dona".
Durante muitos anos reinou tranquila, junto com seu parceiro, levava vida de madame.
Mas certa feita, a "dona" ganhou uma Labradora, e oras bolas, que comparação pode haver entre uma cachorra com pedigree e outra sem raça alguma?
Não houve dúvidas: não havia mais lugar para Nativa. Como eu já há muito recolhia animais abandonados, nada mais prático do que despachá-la para mim. E assim, após um telefonema, fui avisada que Nativa chegaria de avião ainda naquele dia. Fomos buscá-la, assustada, triste. Na minha casa, os cachorros estão em canis. É verdade que há bastante espaço, geralmente ficam dois ou três em cada baia. Não passam frio, fome, sede ou muito menos, falta de amor. Para mim todos são lindos e amados. Muitos chegaram até mim ainda bebês, portanto, pouco conheceram da maldade humana.
Outros já chegaram adultos e já tinham vivenciado todo tipo de violência. Minha dor era igual por todos, porém por Nativa era maior.Para aqueles que foram abandonados nas ruas, minha casa era o paraíso, mas para uma cachorra que vivia com todo luxo e conforto, trocar uma cama box, macia, por um estrado de madeira, ainda que protegido por cobertores era uma derrocada e tanto. Talvez por isso, amava mais a ela que aos outros, minha compaixão era maior e quando ela me olhava com aqueles olhos que só os cães infelizes têm, meu coração se partia em cacos.
Sempre pensava que ela devia se perguntar que mal ela havia feito para ter sofrido uma mudança tão drástica de vida.
Mas nada lhe faltava, ela sabia que era amada.
No começo do mês descobri que ela estava com um bicho berne. Foi difícil vê-lo, pois ela era bastante peluda. Fiz todo o tratamento prescrito pelo veterinário e mesmo com limpeza, retirada da miíase (bicheira) que se instalou, antibioticoterapia, nada surtiu resultado. Ela emagreceu rapidamente, em uma semana era pele e osso. Tentei uma reposição com vitaminas e uma alimentação reforçada, sem sucesso.
Já não se levantava; levei-a para dentro de casa, acomodei-a num travesseiro. Sua respiração era penosa, mal conseguia engolir, eu a alimentava com seringa, uma dieta enteral.
Na quinta-feira, morreu nos meus braços. Ainda conseguiu erguer um pouquinho a cabeça para me dar um último beijo. Sim, cachorros beijam quem os ama.
Deixei-a enrolada em um lençol, precisava esperar meu caseiro chegar para enterrá-la. Fui almoçar, ou melhor, tentar comer alguma coisa. Quando voltei ela já estava rígida, gelada, sem batimentos cardíacos, as pupilas dilatadas. A sepultura já estava pronta, embaixo de uma árvore que agora está toda florida de amarelo. Enquanto a carregava nos braços, senti que ela deu um suspiro profundo, depois outro e suas pernas começaram a se mexer. Ela estava VIVA!.
Voltei com ela correndo, entre lágrimas, para dentro de casa e lhe dei uma tigela de leite com Neston e Sustagem que ela comeu com gosto. Mas me preocupava o fato dela estar sem diurese a dias, sabia que estava fazendo uma insuficiência renal. No dia seguinte, cheia de esperança, a encontrei novamente caída, sem forças, fazendo pequenas apnéias.
Então, mais uma vez tomei a decisão, a mesma que já havia tomado outras tantas vezes: ela iria por fim descansar. Iria para o que eu chamo de céu dos bichos, iria virar anjo de asa. E assim, anestesiada pelo veterinário, ela me deu adeus. Tinha aproximadamente catorze anos de vida, sendo que destes, a metade os passou ao meu lado.
Era sexta-feira de carnaval, dia 13 de fevereiro. Para mim, era como sexta-feira santa.
Não, não chorei mais, nem sempre lágrimas são sinônimo de sofrimento e dor. Sei que a vida é assim, tem seu curso e sua vontade próprios e nada pode evitar o fim.
Agora ela está lá, vai contribuir para que minha árvore floresça ainda mais. Em cada nova florzinha sei que terá um pouquinho dela.

Não, por favor, não me condene, meu amor pelos animais não diminui o meu amor por aqueles humanos que o merecem. Eu simplesmente penso que tudo é VIDA. Não acredito na soberania dos homens sobre os animais. Acredito em diferenças, que precisam ser respeitadas.
Saiba Nativa, que onde você estiver e sei que estará com todos os outros que já partiram, você sempre estará guardada em uma das tantas gavetas que tenho em meu coração.
 PS: A VOCÊ QUE  A JOGOU FORA COMO SE JOGA UM SAPATO VELHO, O MEU MUITO OBRIGADA. NATIVA ME DEU MOMENTOS DE MUITA FELICIDADE E DE MUITO AMOR, SENTIMENTOS QUE SEI, INFELIZMENTE VOCÊ DESCONHECE.  

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

DELICADEZAS CARNAVALESCAS. ISSO AINDA EXISTE??

Fiquei afastada das folias do Rei Momo por dois motivos. Hoje só falarei de um. Jurei que não comentaria nada, mas minha língua é maior que a boca, ou melhor, meus pensamentos determinam incondicionalmente minha vontade. Sou prisioneira, escrava de uma senhora chamada SAUDADE. Alguém conhece? Já a viu? Já sentiu a força de seu poder? Eu já, e confesso, muitas vezes dou-lhe razão.Sim, razões ela tem de sobra para machucar nossos corações, e eu não tenho vergonha de dizer que a cada carnaval mais tenho vontade de voltar ao passado, sim porque saudade se tem do que passou, não do que é presente ou o que virá no futuro.
Juro, tento me adaptar ao hoje, mas sinto uma nostalgia tão grande quando relembro dos meus antigos carnavais, quando passava o verão bordando fantasias, quando ficávamos rodando por um salão ao som de música de verdade, jogando confetes e serpentinas, espalhando (e dando uma cheirandinha sim)  lança perfume no ar. Sim, praticávamos umas pequenas contravenções, não, não éramos santos, mas tão pouco éramos esse bando de malucos que acha que para cair na folia é preciso confundir alegria com histeria. Sou uma voz dissonante, solitária em meio ao som eletrônico que agora enche as casas noturnas, ou o rock que enche as areias da minha praia. 
Carnaval mesmo, só aquele feito prá turista ver no Rio de Janeiro e ainda assim me espanta que os desfiles são pródigos em mulheres nuas, que passam o ano todo malhando feito loucas em academias para terem seus minutos de fama passageira, que comem batata e claras de ovos (pode acreditar, é verdade!) para ficarem com as bundas duras e não balançarem ao som dos tamborins.
Nego-me a ver "pererecas" cobertas com três centímetros de alguma coisa que nem tecido é. Penso que deve ser tinta, purpurina e deve tampar o quê? O ponto G?.
Nós, as mulheres somos chamadas muito erradamente de "cachorras". Creia-me, acabei de ver esse título numa postagem do meu face, com uma foto mais que explícita, que faria a alegria de qualquer ginecologista . Sinceramente, dava para ver até o útero e nem precisava de espéculo. Um conselho às autoridades de saúde deste país: em vez de só distribuírem camisinhas, aproveitem e já façam o preventivo.
Ah! sou uma saudosista, sou antiga, passada. Sou com orgulho! Onde está minha colombina, meu pierrôt , minha melindrosa? No baú de um passado que está fechado para sempre. "Pererecas" e peitos expostos não preciso vê-los na avenida, basta me olhar no espelho.


quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

DELICADEZAS

Hoje, ao acordar, não liguei a televisão. Quis ver o dia amanhecer como manda a natureza, ouvindo apenas os seus sons próprios. Um silêncio quebrado de quando em vez pelo barulho de um carro (infelizmente), mas o que prevalecia era a orquestra de pássaros lá fora, meio desafinada, é verdade e também os latidos dos cachorros. Bem melhor que as notícias sangrentas e alarmantes que geralmente me acompanham no café da manhã.
Tão pouco abri meu face. Sempre tem algum assunto bárbaro que alguém posta. Recusei. Nada quero ver, saber ou ouvir que não seja gentileza, fluidez, delicadeza.
Há algum tempo venho cogitando em me dar de presente um período sabático, alguns dias apenas.
Não posso viajar e ficar isolada, como gostaria, mas posso sim, me manter alienada, posso passar ao largo das mazelas e fingir viver num mundo mais suave. Só alguns dias, não mais.
Assim lhe dou "bom dia", com um sorriso e a certeza de que será mesmo "bom. Sorrio e lhe convido para entrar e tomar uma café quentinho, servido em louças de porcelana, pintadas lindamente de azul e dourado que pertenceram à minha avó.

Estão sobre uma toalha de de linho branca, bordada. A sala recende à lavanda e minha pele tem o cheiro do sabonete Alma de Flores.








Parei o relógio na parede, não quero saber as horas.




Meu desejo é apenas me deliciar com o pão recém-saído do forno, degustar as geleias, os petit-fours, o leite que o leiteiro deixou em uma garrafa de vidro na minha porta, as frutas que colhi de meu pomar.Não vou pensar em dieta, ou em horário, desfrutarei, sentada na cadeira da sala de jantar, tanto as guloseimas quanto de sua companhia.











Então lhe elogiarei o seu vestido rosa, leve e suave. O seu cabelo lindamente trançado, a sua pele levemente colorida com carmim . Haverá calma em cada gesto, em cada palavra. Falaremos sobre amenidades, sobre como estão viçosas as plantas que estou cultivando em minha varanda, sobre a trepadeira que cresce cobrindo a parede. Não arranco dos vasos nem aquelas plantinhas que são chamadas de "matinho". Quero-as todas, deixo-as crescerem livremente.Também há beleza nelas.



Depois do café, sentaremos lá fora, em cadeiras de vime, com almofadas  com estampas claras e leremos algumas poesias, saboreando um refresco, pois já faz calor. Sobre a mesinha não existem jornais, e revistas, somente as que trazem as últimas novidades da moda.
Um pouco mais tarde, sairemos, levaremos sombrinhas coloridas para nos proteger do sol e não macular nossa tão alva pele. Vamos simplesmente flanar sem pressa, admirando as vitrines, observando as crianças se dirigindo para as escolas, com seus uniformes de antigamente, suas pastas de couro e suas lancheiras.

Abri meu álbum. Um álbum de um tempo que não vivi, mas posso deixar a imaginação fluir e imaginar como era. Um tempo de delicadezas. Um bom dia para você!


    

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

SERÁ O FIM?????

Amanhece. São 6.40h e estou acordada desde as 4 horas. Já escrevi tudo o que queria. Tem mais? Sim, tem. Mas aí meu amigo é voçê quem fará seu caminho, mesmo que seja devagarinho feito uma tartaruga.

 

Será outro dia de muito calor, afinal é fevereiro, logo será carnaval. Não, não cairei na folia, quero sossego.Foi uma longa jornada até aqui, mas valeu a pena.



Nunca pretendi fazer dos meus escritos um manual de auto-ajuda, tipo " COMO VIVER COM PARKINSON", até porque não gosto desse tipo de "literatura".


Também não sou professora, não, não quero ensinar nada. Quero apenas compartilhar.
Se ajudei alguém? Ótimo! Se não, paciência.


As únicas coisas que desejo deixar registradas aqui são:
A vida não acaba porque se tem Parkinson e que é muito bom quando se tem família, amigos ou um amor que possa segurar sua mão.




Espero que um dia achem a cura, enquanto eu ainda estiver viva, de preferência. Não gostaria de cumprimentar São Pedro com a mão trêmula, mas se por acaso isto acontecer, sei que ele vai entender.


A todos que sofrem desse mal, deixo também registrado:
. não se envergonhem
. não se escondam
. não deixem de ter prazer com tudo e todos

. PINTE A SUA VIDA DA FORMA MAIS COLORIDA, MESMO QUE SEJA UMA PINTURA ABSTRATA!


   

        

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

SE EU NÃO POSSO, EU FAÇO DO MEU JEITO!

 "TÊM DIAS QUE QUE A GENTE SE SENTE, COMO QUEM PARTIU OU MORREU,
A GENTE ESTANCOU DE REPENTE O FOI O. MUNDO ENTÃO QUE CRESCEU
A GENTE QUER VOZ ATIVA, EM NOSSO DESTINO MANDAR,
MAS EIS QUE CHEGA RODA-VIVA E CARREGA O DESTINO PRÁ LÁ".
                                                                                   Roda Viva
                                                                                                    Chico Buarque


Alguém conhece? Música linda! Se não conhece, baixe agora, vale a pena.
E pense sobre sua vida, pense o quanto você se acha dono dela. Dono uma ova, mas com um pouquinho de boa vontade, podemos ser locatários e mexer ou fazer uma reforma básica pelo menos.
Eu tenho todos os motivos para ficar estancada, parada feito poste. Não era assim que eu queria viver, não era isso que eu sonhei para mim. E há momentos em que realmente desejo entregar os pontos, sinto-me morta, ou pelo menos, desmaiada. Permito-me a entrega ao desânimo, ao "dolce far niente" da incapacidade. Tão mais fácil! Sentar e ver a vida passar.
Mas pouco a pouco a roda gira, me carrega lá para cima e quando estou lá, ponho-me a gritar, feito uma louca, porque o mundo não parou junto comigo. Tudo se movimenta, bem ou mal, com uma ou duas pernas, com ou sem olhos, a vida segue e só fica parado quem não quer mandar o destino para aquele lugar, você sabe onde.

Minha voz ainda é ativa, eu ainda posso determinar algumas coisas. Tudo bem, meu corpo foi alugado, mas posso fazer com que ele pareça de fato ser meu. É meu lar, portanto, não importa que as paredes apresentem algumas rachaduras, sempre há um bom e competente pedreiro que pode dar um jeito de consertar para mantê-la segura e confortável.
Quis o destino (terá sido mesmo ele?) que eu hospedasse Mr. Parkinson. Pensei que que ele ocuparia somente um cômodo, mas o cara é folgado, praticamente tenta se adonar de minha casa. Tudo bem, ele até pode se acomodar numa perna, num braço, mas meu querido hóspede, pode parar  por aí! Não vou permitir que você me invada assim tão facilmente. É uma luta diária. Há dias em que ele vence, em outros, eu ganho.
Ontem estava determinada a usar uma sandália de salto, bem alto, quase da altura de um prédio de Dubai. Sabia que haveria riscos, mas os ignorei solenemente e me senti linda e poderosa, ainda que tivesse que caminhar com mais cuidado, mais devagar, apoiada no braço de meu marido.
Sou teimosa, marrenta. Curvo mas não me quebro.
E ademais, é inevitável, a roda da vida gira sem parar, quer dizer, só para mesmo quando se morre.
E se é para se andar numa roda, que seja gigante, linda como a de Londres. Por vezes posso estar lá embaixo, pertinho do chão, mas a danada sobe e se tiver sorte, dá uma paradinha bem lá em cima, de onde posso ver tudo, até o castelo da rainha e o rio Tâmisa, limpinho, limpinho!
  

sábado, 7 de fevereiro de 2015

BOM SÁBADO!!!!!


               UM DIA MARAVILHOSO  PARA TODOS, POIS ELE É ÚNICO E NÃO VOLTA!                             

TUDO O QUE POSSO OU NÃO FAZER

Dentro de mim mora uma dupla de bandidos: Bonnie and Clyde. Famoso casal que assaltava principalmente bancos nos EUA , lá pelo começo do século passado, teve até filme, música e roupas inspirados neles. Morreram, é claro, com uma rajada de balas. Eram temidos até pela polícia americana.


 Pois então, eles reencarnaram e vivem  aqui, comigo, e mudaram de nome, obviamente. São agora 
conhecidos por "Saia Longa e Salto Alto".


 Ambos são bonitos, charmosos, elegantes, mas são um verdadeiro perigo. Mantenho-os escondidos no meu armário, só os coloco para fora em caso de extrema necessidade, sob pena deles cometerem um assassinato: o meu próprio. Suas armas são o comprimento e a altura. O uso deles, mesmo que sozinhos, representa um grande risco. 
A Saia ou o vestido longo, pelo excesso de tecido costuma enrolar-se em minhas pernas, que por si só já andam entrelaçadas e ao cabo de alguns passos, mais pareço um mastro enrolado numa vela.
Já o Salto, geralmente muito alto,  dá-me a sensação de estar andando de perna de pau, e meu grande medo é despencar de cima dele e acabar com o que resta de meus pés. Definitivamente, altura não é comigo.
Tenho ambos, às vezes não resisto e compro um ou outro, mas os uso muito pouco, apenas em ocasiões em que saio de carro, vou a um determinado lugar onde fico sentada e depois, retorno ao carro. Nada de muito andar, de desfilar, de mostrar minha elegância. Nenhuma mulher consegue manter a elegância tremendo feito vara verde ao vento. 

Não é o  preço mais caro que tenho que pagar, lógico. Há coisas bem piores e hoje há uma infinidade de lindos pisantes sem salto e a moda permite maior liberdade, todos os comprimentos  das roupas são válidos e depois, já me convenci que posso estar muito alinhada mesmo usando uma rasteirinha e um vestido mais curto, afinal moda é antes de tudo, postura, atitude.
Lembro de uma foto de minha querida "amiga" Danuza Leão, linda, lá pelos anos sessenta, quebrando todos os protocolos vestindo uma roupa by nigth com sandálias baixinhas. Chiquérrima, matou de inveja a todas as outras mulheres. Atitude, charme, isso é que vale.
Há poucos dias tinha uma formatura muito cheia de pompa e circunstância para ir (acabei não indo) e para tanto, já tinha um lindo sapato meia pata, nude  (como manda o figurino) e um lindo vestido longo. Sonhava em usá-los. Mas por precaução, tinha também um sapato dourado, baixinho, sem salto algum, para uma emergência. É sempre bom uma mulher precavida. Eu é que não iria pagar o mico de torcer meu pé no meio de um salão de baile. Andar nas nuvens, meu bem, mão é para quem quer, é para quem pode e eu não posso.. C'est la vie! 



quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

TUDO O QUE POSSO OU NÃO FAZER

                                           SOS!! HELP!

Não, não acredite que viver com Parkinson seja mole. Há dias em que você pensa que vai enlouquecer, de verdade. A incapacidade de realizar algumas ou a maioria das atividades comuns,de forma adequada, nos deixa de cabelos em pé.
Você quer, você tenta, mas quando os pequenos desastres vão se acumulando, um atrás do outro, ao final do dia fazem com que você se sinta como se tivesse sobrevivido a um terremoto, um tsunami, uma enchente, ou qualquer situação do gênero. Você está literalmente estressada e à noite, tudo o que se deseja é poder dormir o sono dos justos. Dormindo você não faz bobagens. Quer dizer, nem sempre.
Eu sempre tive problemas de sono. Seja por sofrer de insônia, seja por ser sonâmbula, ou ainda falar. Noite dessas acordei meu marido enfurecida. Sentada na cama, porém dormindo, gritava a plenos pulmões: "não quero ser uma mulher de varde!, Não quero ser uma mulher de varde"! Queria dizer sim, na linguagem popular, que não me apetecia ser uma mulher vadia, que ansiava ser como era antes, ativa, produtiva. Acho que isso está sempre na minha cabeça, o medo de ficar dependente de alguém, de me tornar incapacitada.
Mesmo sabendo que controlo meus sintomas com remédios ou exercícios, tenho a plena convicção da incapacidade futura, tenho a certeza de ter que contar com a ajuda valiosa de alguém que faça o meu viver possível.
Hoje meus sintomas ainda são leves,  a medicação diminui bastante os tremores e a falta de equilíbrio, porém não sei explicar se por querer não errar ou mesmo porque não consiga, esbarro em praticamente tudo. Minha casa é um campo minado, como se cada móvel ou parede fosse uma bomba prestes a disparar.E o alvo sou sempre eu. Vivo cheia de manchas roxas e pequenos machucados pelo corpo. Uma das providências que tomei foi a de tirar a maioria dos tapetes. Era infalível "tropicar" neles, pois os pés não atendem ao meu comando e sempre  tropeçava e muitas vezes acabava caindo.
Têm dias que cansa, que bate um desânimo, vontade de chorar, de me descabelar. Fico revoltada, irritada, de mal com Deus e com o mundo. Maldita, maldita doença!
Sinto-me mais cansada do que outra pessoa, caminhando, por exemplo. É que eu tenho que fazer um esforço muito maior e levo muito mais tempo para chegar aonde quero ir, além de ter que estar com a mente sempre alerta, não posso me descuidar e simplesmente passear, olhar vitrines despreocupada. Meus olhos precisam estar sempre atentos a qualquer desnível das calçadas. Dessa forma, fico sempre dependendo do meu marido, pois com ele ao meu lado sinto-me mais segura. Numa emergência ele sempre me carregará no colo, o problema é que homem não é muito a fim de ver vitrines, então não posso simplesmente ficar flanando pelo shopping. Assim, quando preciso comprar alguma coisa, assumo todos os riscos e vou sozinha mesmo. E vou levando. Não há outra maneira.
  

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

TUDO QUE POSSO OU NÃO FAZER

Sexo. Pode??? Deve.
Não me sinto assim tão à vontade para expor minhas intimidades, porém, transar faz parte da vida, principalmente para quem é casado e tem um marido em plena forma.
Você minha leitora, que já está na menopausa sabe que esse período que esperamos com tanta ansiedade porque nos dá mais liberdade de transarmos sem correr o risco de engravidar, sabe que não é bem assim. pelo menos eu não conheço nenhuma mulher que não tenha sentido desconfortos, como "fogacho", irritabilidade e principalmente um declínio da libido.
Quando se pode fazer um tratamento com reposição hormonal, tudo bem, mas eu não pude. Pressão alta, compreende?  Dava um up grade bem bom, mas não eram só os orgasmos que me levavam às nuvens, a pressão  também.
Minha última tentativa foi com o uso de testosterona. Dessa vez não tive nenhum problema com a hipertensão, mas em compensação, gente, fiquei cheia de perebas, parecia que estava com sarampo, toda repleta de pipocas, pelo corpo inteiro.Suspendi Agora sei que não adianta: sexo é feito na cabeça pelo menos para mim.
Mas o Parkinson  não atrapalha muito essa parte da vida. Claro, não consigo mais fazer algumas  extravagâncias. Posições do Kama Sutra, nem pensar. Mas o feijão com arroz, sem problemas e nosso companheiro ganha de presente uma mulher vibradora. Ele pode ir num ritmo mais lento, não precisa fazer tanto esforço, nós fazemos por ele.Tudo treme acima do normal, então é bom, só que eu acabo um pouco mais cansada, porém é importante você não se deixar abater. Você deve e pode manter uma vida sexual bem saudável. Nunca soube como é que se dá com os homens, se eles continuam mantendo a potência, a vontade. Se alguém quiser responder, por favor, não se acanhe, me escreva. É possível que eles transem num ritmo bem mais frenético, em setenta e oito rotações por minuto, quem sabe?

TUDO O QUE POSSO OU NÃO FAZER

Caraca! como é que você vive com tantas restrições? Só falta agora você me dizer que dançar você consegue! Pois é meu amigo, ou amiga, dançar eu consigo, de duas maneiras: dançando uma música bem lenta, um "eyes to eyes, face to face" e sempre faço isso com o maridão (é claro, não vou sair rodando pelo pista com um gajo qualquer). É bom, porque ele sempre vai pensar que estou trêmula de emoção por estar em seus braços. A outra é me descabelar ao som das músicas que embalaram as noites de sábado de minha juventude.
Ler também é permitido, desde que eu esteja sentada com o livro bem apoiado sobre minhas coxas. Ainda me resta este consolo, pois se perdesse a possibilidade de ler iria enlouquecer. Ler para mim é e sempre foi um de meus maiores prazeres.Ler deitada na cama? Eu, heim! As palavras criam vida se mexem para cima e para baixo,  logo parece que estou num navio e  daí para ficar nauseada é um pulo

Você pode não acreditar mas tenho muito mais agilidade andando de bicicleta do que podálicamente. Quando resolvi me aventurar numa bike, tinha um pavor pânico, mas andar de bicicleta é como outras coisas as mais que se aprende e se faz na vida: nunca se esquece. Tenho alguns segredos para pedalar: a bicicleta tem que ser menor que a de um adulto; a minha é mais apropriada para adolescentes. Mas para que eu me sinta bem segura, tenho que ter a certeza que o chão  está logo abaixo de meus pés. Outra coisinha é que a cada vez que preciso parar, numa esquina, por exemplo, praticamente saio do meu veículo e espero uma boa chance de avançar  sem correr riscos. Assim, se tiver que ficar dez minutos esperando que algum carro passe na minha frente, fico sem nenhum constrangimento. Bem verdade que esse fato já gerou alguns momentos delicados, onde recebi palavras pouco elogiosas quanto a minha performance
.
Ah! Malhar! Até o ano passado fazia exercícios com uma turma da terceira idade aqui no meu bairro.
Como meu caso estava ficando mais encrencado achei por bem me matricular em uma academia top de linha, mas ali deu-se a desgraça. Até hoje, passados já quase uns cinco meses, ainda sinto os efeitos de querer ficar toda durinha, sem carnes moles balançando ao vento. Continuo a dar tchauzinho com o braço colado ao corpo, prá disfarçar, entende?
Para uma pessoa como eu, exercícios são fundamentais, fortalecem meus músculos desenferrujam as articulações que mais parecem um sistema de roldanas sem lubrificação e também contribuem e muito, para que eu consiga me manter equilibrada.

Tudo bem que a professora vai para um lado e eu para outro, ali ninguém repara em nossas incapacidades, todos têm algum problema. Ou você acha que eu sou a única a ter Parkinson?







Espero algum dia ficar assim, tal qual a moçoila aí do lado. Eu chego lá, pode apostar!

TUDO O QUE POSSO OU NÃO FAZER

E dizer que já fui uma ótima cozinheira! Tinha um imenso
prazer em fazer feijoada ou então a ceia de Natal. No dia a dia também não me saía mal.
Hoje, já há muito tempo pouco utilizo a cozinha. Utilizar uma faca afiada é por em grave risco a minha vida, sobretudo os meus dedos e realmente, não ficaria bem encontrar um dedo  com a unha pintada de vermelho dentro da travessa de arroz
O fogão transformou-se numa máquina de guerra e o simples ato de ferver água, pode ser fatal.
Todos os utensílios da cozinha se tornaram meus inimigos. Até mesmo levar uma sopeira à mesa pode se constituir numa enchente. Não, definitivamente não posso querer aventuras culinárias. A sorte é que tenho um marido que é bem dotado nesta arte e não se incomoda de cozinhar ou buscar comida pronta.
Também não é aconselhável eu lavar a louça suja, quebrar pratos e copos é a minha especialidade. 

 Quando ir a este campo minado é inevitável, faço-o com todo cuidado porque definitivamente não quero me tornar numa serial killer  dos alimentos. 


Tomar remédios. Já desisti de contar quantos remédios todos os dias. Um é para a pressão, outro para os ossos, outro para o Parkinson, antidepressivos (sim, portadores têm mais chance de desenvolver depressão), para o estômago  e a lista continua e é uma loucura, porque não é um só comprido ´por vez, são vários e não é raro eu tomar duas doses ou não tomar nenhuma, achando que tomei.
Mesmo procurando ser bem organizada na medicação,
volta e meia faço uma bobagem, como tomar um medicamento
para dormir em plena manhã e ter como solução urgente, a cama,
sob o risco de tirar uma soneca no tapete da sala.










Também ficou muito difícil algumas coisas que parecem ser tão 
simples quanto abrir uma lata, ou tirar a tampa de um refrigerante.
Procuramos de alguma forma minimizar esses digamos,
contratempos. Tudo o que pode ser comprado no supermercado
que já vem picado, como legumes. Outra facilidade é o arroz
 que já vem empacotado em saquinhos
As carnes também damos preferência as que já estão 
fatiadas ou cortadas.
Porém, mantenho sempre uma luta com latas ou tampas.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

O QUE POSSO OU NÃO FAZER 2

Fazer as unhas.  Sempre gostei de "futucar" minhas unhas, principalmente as unhas dos pés.  
Mexo, remexo, corto, cavuco tanto que chego a tirar sangue.
Mas só nos dedões. É que de tanto cortá- las de forma
indevida, elas agora se encravam na pele. Não, não
pense que meus dedos são feios, pelo contrário, eles
sempre foram muito apreciados. É certo que às vezes corto
tanto as cutículas que bem podia fazer um  bife com elas.
Antes era fácil eu fazer meus pés; hoje já não  consigo
tanto, pois é bem complicado trazer os pés até perto de mim.
Fico numa posição muito incômoda, mas ainda os faço, porque
não é  qualquer manicure que deixo mexer neles.
As mãos ainda dou conta, tiro uns pedacinhos de pele,
é verdade e consigo pintar  as unhas. Pintar é tarefa meio
que missão impossível. Claro que, com a tremedeira, acabo
sempre por borrar os dedos, é inevitável. Mas este é o menor de meus problemas, basta ir a um bom salão de beleza. 








Graças aos céus e  a minha adorada genética, nunca tive muito pelos, exceto aqueles muito necessários.


Por exemplo, jamais depilei ou raspei as coxas, pois elas são lisinhas como pernas de um bebê.
Sempre achei o máximo quando uma amiga dizia que "ia ao salão se depilar". Eu nunca fiz isso, não iria pagar uma nota preta para arrancar meia dúzia de pelinhos. Então, o pouco que tinha era tirado em casa mesmo com aparelho de barbear, entretanto agora o faço com muito cuidado, sob o risco de me escalpelar. Melhor ficar um pouquinho peluda ou pedir ajuda de meu marido. Bem mais seguro.


Escrever.  Um dos primeiros sinais que apareceram e que me levaram a acreditar que algo estava fora do normal, foi a minha letra. Desde sempre, para estudar qualquer assunto, valho-me do recurso de fazer resumos. Certa feita comecei a perceber que o que ia escrevendo ia diminuindo de tamanho, ficando o escrito quase ilegível. Com certeza não era um novo idioma, nem tão pouco a ressuscitação de uma língua morta.  Por vezes, nem eu mesma entendia, quase que precisava a ajuda luxuosa de uma lupa. Ainda não sabia que era uma gracinha a mais do Parkinson, chamada de micrografia. Lembro da letra do meu pai e quando leio alguma coisa que ele deixou escrita, percebo a mesma dificuldade. Mas hoje, pouco escrevo à mão e o computador é um bom professor de caligrafia.



Você consegue entender esses garranchos? Nem eu!


PS: estou me matando para fazer esses efeitos, incluir os desenhos, mas tenho que concordar com a Martha Medeiros,  a leitura ficou muito mais interessante e agradável. Obrigadinha!!