Mexo, remexo, corto, cavuco tanto que chego a tirar sangue.
Mas só nos dedões. É que de tanto cortá- las de forma
indevida, elas agora se encravam na pele. Não, não
pense que meus dedos são feios, pelo contrário, eles
tanto as cutículas que bem podia fazer um bife com elas.
Antes era fácil eu fazer meus pés; hoje já não consigo
tanto, pois é bem complicado trazer os pés até perto de mim.
Fico numa posição muito incômoda, mas ainda os faço, porque
não é qualquer manicure que deixo mexer neles.
As mãos ainda dou conta, tiro uns pedacinhos de pele,
é verdade e consigo pintar as unhas. Pintar é tarefa meio
que missão impossível. Claro que, com a tremedeira, acabo
sempre por borrar os dedos, é inevitável. Mas este é o menor de meus problemas, basta ir a um bom salão de beleza.

.jpg)
Graças aos céus e a minha adorada genética, nunca tive muito pelos, exceto aqueles muito necessários.
Por exemplo, jamais depilei ou raspei as coxas, pois elas são lisinhas como pernas de um bebê.
Sempre achei o máximo quando uma amiga dizia que "ia ao salão se depilar". Eu nunca fiz isso, não iria pagar uma nota preta para arrancar meia dúzia de pelinhos. Então, o pouco que tinha era tirado em casa mesmo com aparelho de barbear, entretanto agora o faço com muito cuidado, sob o risco de me escalpelar. Melhor ficar um pouquinho peluda ou pedir ajuda de meu marido. Bem mais seguro.
Escrever. Um dos primeiros sinais que apareceram e que me levaram a acreditar que algo estava fora do normal, foi a minha letra. Desde sempre, para estudar qualquer assunto, valho-me do recurso de fazer resumos. Certa feita comecei a perceber que o que ia escrevendo ia diminuindo de tamanho, ficando o escrito quase ilegível. Com certeza não era um novo idioma, nem tão pouco a ressuscitação de uma língua morta. Por vezes, nem eu mesma entendia, quase que precisava a ajuda luxuosa de uma lupa. Ainda não sabia que era uma gracinha a mais do Parkinson, chamada de micrografia. Lembro da letra do meu pai e quando leio alguma coisa que ele deixou escrita, percebo a mesma dificuldade. Mas hoje, pouco escrevo à mão e o computador é um bom professor de caligrafia.
PS: estou me matando para fazer esses efeitos, incluir os desenhos, mas tenho que concordar com a Martha Medeiros, a leitura ficou muito mais interessante e agradável. Obrigadinha!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário