terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

TUDO O QUE POSSO OU NÃO FAZER

Caraca! como é que você vive com tantas restrições? Só falta agora você me dizer que dançar você consegue! Pois é meu amigo, ou amiga, dançar eu consigo, de duas maneiras: dançando uma música bem lenta, um "eyes to eyes, face to face" e sempre faço isso com o maridão (é claro, não vou sair rodando pelo pista com um gajo qualquer). É bom, porque ele sempre vai pensar que estou trêmula de emoção por estar em seus braços. A outra é me descabelar ao som das músicas que embalaram as noites de sábado de minha juventude.
Ler também é permitido, desde que eu esteja sentada com o livro bem apoiado sobre minhas coxas. Ainda me resta este consolo, pois se perdesse a possibilidade de ler iria enlouquecer. Ler para mim é e sempre foi um de meus maiores prazeres.Ler deitada na cama? Eu, heim! As palavras criam vida se mexem para cima e para baixo,  logo parece que estou num navio e  daí para ficar nauseada é um pulo

Você pode não acreditar mas tenho muito mais agilidade andando de bicicleta do que podálicamente. Quando resolvi me aventurar numa bike, tinha um pavor pânico, mas andar de bicicleta é como outras coisas as mais que se aprende e se faz na vida: nunca se esquece. Tenho alguns segredos para pedalar: a bicicleta tem que ser menor que a de um adulto; a minha é mais apropriada para adolescentes. Mas para que eu me sinta bem segura, tenho que ter a certeza que o chão  está logo abaixo de meus pés. Outra coisinha é que a cada vez que preciso parar, numa esquina, por exemplo, praticamente saio do meu veículo e espero uma boa chance de avançar  sem correr riscos. Assim, se tiver que ficar dez minutos esperando que algum carro passe na minha frente, fico sem nenhum constrangimento. Bem verdade que esse fato já gerou alguns momentos delicados, onde recebi palavras pouco elogiosas quanto a minha performance
.
Ah! Malhar! Até o ano passado fazia exercícios com uma turma da terceira idade aqui no meu bairro.
Como meu caso estava ficando mais encrencado achei por bem me matricular em uma academia top de linha, mas ali deu-se a desgraça. Até hoje, passados já quase uns cinco meses, ainda sinto os efeitos de querer ficar toda durinha, sem carnes moles balançando ao vento. Continuo a dar tchauzinho com o braço colado ao corpo, prá disfarçar, entende?
Para uma pessoa como eu, exercícios são fundamentais, fortalecem meus músculos desenferrujam as articulações que mais parecem um sistema de roldanas sem lubrificação e também contribuem e muito, para que eu consiga me manter equilibrada.

Tudo bem que a professora vai para um lado e eu para outro, ali ninguém repara em nossas incapacidades, todos têm algum problema. Ou você acha que eu sou a única a ter Parkinson?







Espero algum dia ficar assim, tal qual a moçoila aí do lado. Eu chego lá, pode apostar!

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