segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

FUI AO PARAÍSO E VOLTEI! SEM PASSAPORTE!!!

Tanto tempo! Andava meio sem assunto, ou talvez tenha sido só preguiça mesmo ou ainda quem sabe, uma irritação vinda não sei de onde que sempre precede a data do meu aniversário. Dizem que é o tal inferno astral. Pode ser. Será que é pela sensação de ter vivido mais um ano e, portanto, ter marcado com um X no calendário da vida e me dado conta que já vivi mais da metade do esperado?
O fato é que novembro é sempre um mês bem esquisito para mim, vivo realmente nas profundezas do inferno, nem eu me aguento. Tenho vontade de me pôr à venda ou fazer uma doação de mim mesma, mas duvido que tenha alguém que se interesse. Nem de graça, tão impossível eu fico! Mas enfim, tudo acaba no dia 29. Como num passe de mágica, volto a ser quem era.
Geralmente não comemoro mais meus aniversários, quando muito, um almoço em algum restaurante, uns presentes daqui, uns abraços dali e pronto, o dia passa. Mas esse ano, ah! esse ano! Foi meu melhor aniversário, e olhem que já fiz muitos. Cinquenta e sete anos não é pouco não.
Já tem cinco anos que passamos as festas de Natal e Ano Novo em Gramado. Somos convencionais demais? Ir sempre para um mesmo lugar? Por que não variar? Até pensamos, ensaiamos outros roteiros, mas no fim é para a Serra Gaúcha que acabamos indo, por um motivo muito simples: baixa em mim e  em meu marido um espírito infantil e tudo o que desejamos é estar na terra brasileira do Papai Noel.

Sei que existe pelo mundo lugares onde o Natal deve parecer um sonho. Nova York, com certeza. Mas nada, nada mesmo se compara ao que acontece aqui no sul do meu país.
As cidades da região, Gramado, Canela e Nova Petrópolis parecem ter saído de um conto de fadas. Tem-se a sensação de se estar na Alemanha, talvez. Nunca conheci, pelo menos aqui no Brasil, nada parecido. Tudo é LIMPO! Com milhares de pessoas transitando, não se vê um papelito nas calçadas.
Sinal de trânsito, prá quê? Aliás pela primeira vez encontrei um, solitário  em Nova Petrópolis. Coitado, me deu pena, ali, tão perdido, ninguém dá muita bola para ele.
A impressão que tenho é que a palavra de ordem naquela região é civilidade. Voces podem até não acreditar, mas os turistas ficam tão educados que parecem ter estudado em alguma severa escola da Suiça.
Basta colocar um pezinho na rua que todos os carros param para você atravessar. Lá as pessoas são reis, e os carros, súditos, muito ao contrário daqui.
Decoração? Deus meu, não existe um só pedacinho sem uma referência natalina. Mas não são enfeites quaisquer, destes que se compra em lojas de R$ 1,99. Tudo é luxo, é requinte, é perfeito. Algo parecido penso que só na Disney. Diversão? Imagine aquilo que sua imaginação não alcança e multiplique por 1000. Não a diversão baladeira, mas aquela pura, genuína, onde você não sabe onde começa o sonho e onde ficou a realidade.


Paisagens? Pensem num cartão postal, daqueles antigos, que se mandava quando ainda não existia a internet. Vales, montanhas, cachoeiras, e muitas, muitas hortênsias, azulando tudo, numa mistura louca de centenas de tons azuis e rosa também, entremeando o verde que reveste tudo tal qual um tapete. Pensem num quadro impressionista. É lá. Com certeza van Gogh e Monet ficariam extasiados.

Comida? Fiquem pelo menos uns quinze dias de jejum absoluto. Os restaurantes são infinitos, de todos os tipos, para todos os bolsos, todos os gostos. Só vão para lá depois de terem passado por uma temporada de faquir, porque com certeza, todo mundo engorda um pouquinho (ou muito, depende do caso). Não bastasse voces se sentarem à mesa e desfrutarem qualquer tipo de comida ( os cardápios oferecem acepipes de todas as partes do mundo), pensem agora nos chocolates. Até cascata de chocolate tem. Uma loja mais linda que a outra, o perfume  invadindo tudo e você não sabe se compra ou se come só com o olhar, até porque a decoração das lojas, bem, não tem como descrever, é magia pura.

À noite vira dia, tal a profusão de luzes, em todos os lugares. Parece que você está no céu, no meio de alguma constelação muito, mas muito brilhante mesmo, de ofuscar as vistas. Led pouca é bobagem.
E não esqueçam, as músicas natalinas, aquelas que voces cantavam nas noites de Natal, soando em seus ouvidos, por todas as ruas.
Nem vou falar aqui sobre os parques, os shows, as centenas de atrações, afinal não sou guia turístico, mas saibam, levem lenços, porque tudo emociona e muitas vezes choramos feito crianças ao som de Noite Feliz. Eu sempre choro, e muito, porque lembro dos natais quando ainda tinha uma coisa que se dissolveu nas brumas da discórdia: família.
Sim, lá é o paraíso e esse foi o presente de aniversário que meu marido me deu. Emoção à flor da pele em cada segundo. Encantamento, essa é a palavra. Só quem ama muito sabe presentear a pessoa amada com tamanha profundidade.
Meu inferno astral? Bom, este deixei para trás quando entrei no carro e começamos a viagem.
Agora é vida que segue, tem uma casa me esperando para uma faxina. Mas não pensem que acabou, é só um tempo, pois ainda tenho muito o que contar, agora sobre o lugar onde ficamos, a cidade de Nova Petrópolis. Lá, entendi o significado da expressão "paz na terra e aos homens de boa vontade".
Antes de terminar, preciso, preciso muito mandar um caloroso abraço às queridas Simone e Magali, da pousada Mikas. Voces sabem o que é calor humano? Não??? Então vão até lá.
Falarei sobre isto no próximo post. Saiam daí não, é só o tempo de virar gata borralheira, limpar o castelo e depois voltar como Cinderela para contar como foi meu baile de aniversário, que acabou a meia noite, mas não se desesperem, não perdi o meu sapatinho de cristal. Ele veio guardado num porta jóias muito especial: meu coração.




Nenhum comentário:

Postar um comentário